Thursday, March 31, 2011

O CONTRATO

"Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós.A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Mas a gente correu pra fazer piadinha sexual disso, como sempre.Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu. Eu sempre fui sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia não ia me querer.Mas a gente combinou que não era amor. Você abriu minha água com gás predileta e meu sabonete de manteiga de cacau. E fuçou todas as minhas gavetas enquanto eu tomava banho. E cheirou meu travesseiro pra saber se ainda tinha seu cheiro. Ou pra tentar lembrar meu cheiro e ver se ele ainda te deixa sem vontade de ir embora. Mas ainda assim, não somos íntimos. Nada disso. Só estamos aqui, reunidos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer. Só isso. É o que está no contrato. E eu assino embaixo. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que vai refazer o contrato. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno só porque o seu chapéu é muito legal. Não deixa eu assim, deslizando pelas paredes do chuveiro de tanto rir porque seu cabelo fica ridículo molhado. Não faz a piada do vampiro só porque você achou que eu estava em dias estranhos. Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso.Combinamos que não era amor e realmente não é. Mas esse algo que é, é realmente muito libertador. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro que escreve, e aquele outro que faz filme, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitado.Adoro como o mundo fica coitado, fica quase, fica de mentira, quando não é você. Porque esses coitados todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor, só pra você poder me vestir e sair por aí com sua casca de não amor.E eu vou rir quando você me contar das suas meninas, e eu vou continuar dizendo “bonito carro, boa balada, boa idéia, bonita cor, bonito sapato”. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Porque no nosso contrato, tomamos cuidado em escrever com letras maiúsculas: não existe ninguém aqui dentro.Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono. Só para enganar o cara da mesa ao lado que você é meu dono. Eu vou deixar. Vai que um dia você acredita."

By Tati Bernardi.

Wednesday, March 30, 2011

O ser de Sagitário...


"Normalmente ele costuma ser agitado do tipo que adora lugares lotados, bagunça e muita festa. Adora falar e jamais se prende diante de uma boa discussão com os amigos ou com estranhos.
Também é um idealista amável, quase sempre de bom humor e muito inteligente! Por outro lado adora a liberdade, detesta pessoas controladoras, não suportam que critiquem sua maneira de agir e podem partir de uma hora para outra se sentir que algo está faltando em sua vida.
O sagitariano não analisa um relacionamento através das pessoas, mas sim, através do que sente vivendo uma situação.
E esta mania de encarar os relacionamentos sem muito envolvimento não é por maldade. Ele nunca mente com relação ao que sente, pode ser capaz de dizer que está com você apenas por causa do sexo, sem um mínimo de constrangimento! E isto não é maldade, é sinceridade!
Quando ele resolve ser sarcástico pode tirar qualquer um do sério.
Esta é a maneira que o sagitário usa para atacar as pessoas, fazendo com que percam as estribeiras e partam para a agressão. Quando mais sorridente e ferino ele estiver, mais nervoso estará. Não se iluda com o ar calmo e tranqüilo dele. Ao finalizar sua sessão de sarcasmo, ele estará pronto para encarar o que vier pela frente(mesmo que apanhe)!
Ou ele é um péssimo mentiroso, do tipo que odeia mentir e acaba se entregando logo no começo, ou é um ótimo mentiroso! Neste caso ele terá o poder de mentir e ainda fazer com que você fique envergonhada de ter duvidado de sua palavra.
Ele costuma ser muito otimista e ter um fé inabalável em tudo aquilo que acredita.
E quando resolvem criar ou apostar em algo, seu espírito infantil e sua capacidade de lidar com as situações servirão como munição para o sucesso. Existem alguns sagitarianos pessimistas, mas são poucos. Estes costumam fracassar em tudo que fazem, não se parecendo em nada com o típico sagitariano. Mesmo que ele viva em uma casa modesta, esta casa será alegre e sempre cheia de amigos que o adorarão. E para ele, o que importa é a felicidade, independente de onde esteja.
Ele costuma ser bem displicente com relação ao romance e o amor. Se for um típico sagitariano e lhe dizer “eu te amo” pode ter certeza de que acaba de ouvir algo muito raro. Não que ele não possa amar, mas costumam demonstrar carinhos através de outras formas como presentes e evitam falar muito em amor. É mais fácil ouvi-lo dizer que te ama depois que você terminou o relacionamento, do que durante o tempo em que estiveram juntos. Aí você vai perguntar intrigada porque ele não disse antes que te amava? E a resposta será bem típica de um sagitariano:
“Se eu soubesse que isto significava tanto para você, já teria gravado uma fita para me ouvir, quando estivesse carente!”
Ao ouvir este tipo de resposta não tente quebrar um vaso em sua cabeça. Para ele, estar com você já deveria ser prova suficiente de que ele te ama!
Habitue-se a enfrentar sua franqueza e seu modo prático de encarar as emoções, e a vida será bem melhor entre vocês. O sagitário gosta que confiem nele e detesta ser cobrado por algo que não está acostumado. O amor para um sagitariano não está nas palavras mas em cada sorriso que dá ao seu lado. As palavras doces não são seu forte. Apesar de ser um sonhador, de ser uma eterna criança, ele pode ser muito lógico e pratico.
Ele vai te magoar muitas vezes com sua sinceridade, mas por outro lado vai faze-lo (a) sentir-se vivo (a) e radiante ao lado dele. Quando ele te beijar ou abraçar, será com todo carinho e se sentirá a pessoa mais feliz do mundo!"

Monday, March 28, 2011

Assim ja dizia o nosso Poetinha... Vinicius de Moraes.


"Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não"

"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre."

(Vinícius de Moraes)